quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Amanhã eu começo, tá?



Amanhã eu começo, tá?
" Deixa pra próxima semana...Segunda-feira eu começo... "
" Depois das férias eu começo... "
" Hoje é final de semana! Final de semana tem que aproveitar... "
" Eita soninho bom... deixa pra amanhã quando eu acordar... "
" Agora é hora da novela/jogo/filme! Quando terminar eu faço... "

Muito possivelmente algum de vocês já ouviu uma dessas frases ou até mesmo todas elas. Se é que você já não falou alguma delas...

São frases comuns, corriqueiras que costumamos utilizar quando queremos "adiar" o começo de alguma coisa. Quem nunca ouviu falar que alguém começaria uma dieta na segunda-feira? Ou que algum(a) amigo(a) começaria a fazer exercícios após o feriado? Com certeza você já ouviu. Eu já ouvi muita gente... :) E confesso que eu já falei todas as frases acima em muitas situações em minha vida...

Muitos de nós costumamos "empurrar com a barriga" certas situações que precisam ser enfrentadas, certas decisões que precisam ser tomadas. E na grande maioria das vezes, os "adiamentos" que escolhemos nos fazem perder algo importante, nos prejudica, nos faz sofrer... Por exemplo, já percebeu que quando alguém sabe que precisa e deve terminar um namoro - pois o sofrimento é inerente ao futuro daquela relação - está, muitas vezes sem perceber, assinando o próprio atestado de dor? Já notou que alguém que deixa de tomar uma decisão profissional ou de crescimento pessoal ao adiar tais compromissos consigo mesmo pode o fazer perder muitas e únicas oportunidades? Já percebeu que ao deixar pra fazer depois algo que era importante a alguém "naquele momento" poderá trazer danos irreversíveis ao relacionamento seja lá de qual grau for?

Em minha vida e caminhada já deixei de viver muita coisa boa por não ter a coragem de enfrentar algumas situações. Ainda peco muito nisso. Sei que preciso mehorar. Muitas vezes não consigo dizer um "não", pois tenho receio do que aquele "não" dito poderia/poderá me causar. Medo de fazer alguém sofrer, por pena, por querer agradar... O curioso é perceber que ao mesmo tempo que dizemos "não", estamos dizendo um "sim" com outras palavras e de outra forma. Quando parei pra perceber isso, muita coisa mudou no meu modo de pensar e principalmente agir, pois percebi que poderia dizer muitos "sim", mas de maneira diferente... Pensar assim, me ajudou e ajuda bastante. Sabendo desse meu ponto-fraco, certa vez minha mãe me disse que nas muitas vezes em que eu disse um "sim" não cumprido aos meus amigos, familiares, etc. estava por outro lado, adiando um não que já me era conhecido. Quanta verdade há nisso que ela me disse...

Ao refletir mais cuidadosamente, vejo que por muitas vezes utilizamos essas frases do início desse post com Deus. E pior ainda... talvez seja com quem "mais" utilizemos essas frases. Talvez você já tenha utilizado alguma dessas frases para "justificar" o não comparecimento a uma missa, o não começo de uma nova vida onde deixas de lado os vícios e pecados, onde tantos motivos justificam o retardo de uma leitura diária da palavra de Deus, o da não ida a uma reunião do grupo jovem/pastoral, ao grupo de oração, até mesmo retarde as tuas orações... Até mesmo talvez você utilize "todas" as frases acima para não abraçar a vida nova, o que O Verdadeiro Amor quer te dar...

Sabe o que é mais curioso, gente? É perceber que após encarar e fazer de fato algo que antes "empurrávamos com a barriga" vem aquele sentimento de tudo poderia ser melhor aproveitado... de que poderíamos ter feito mais e muito melhor... O sentimento de alegria, de "dever cumprido" insistem em trazer ao lado essa sensação de impotência e ao mesmo tempo arrependimento... o sentimento de que tudo poderia ter sido feito de outra maneira... Será que não seria tão melhor se sentíssemos somente a alegria do dever cumprido, da felicidade, da plenitude? Não tenho dúvidas que seria muito melhor!

Não deixe que o mundo, seja lá o que compõe o teu "mundo", te impeça de enfrentar as tuas escolhas e o que vida te apresenta. Não deixe de viver o dia de hoje da maneira que Deus quer que tu vivas. Não deixe para amanhã a experiência de se permitir amar e ser amado pelos que te rodeiam e por Ele, não deixe de experimentar a melhor parte, o melhor, o Amor de Jesus em tua vida. De dar a que mais precisa e também de receber quando é você quem precisa. A gente sabe que falar é muito fácil, mas precisamos também saber que fazer muitas vezes também é muito fácil, mas por não ser o mais conveniente naquele momento pra gente se torna o mais difícil. Tudo, tudo depende muito da maneira como olhamos e encaramos.

Se você leu esse post até aqui, pode ter a certeza que Deus te ama MUITO! Não que Ele não te amasse antes, lógico! :) Mas se tu lestes até aqui é porque ELE mesmo te deu essa vontade, te impulsionou para que tu possas "ver" e "crer" que tu podes parar e buscá-lo, mais, de outras formas também, pois poderias estar "agora" neste momento em Twitters, Orkuts, novelas ou o quer que seja. É só uma pequena prova...

Eu te convido a fazer uma experiência "hoje" :) topa? É sério! Faça por Jesus e por você! Que você pare ao terminar de ler esse post e reze um Pai Nosso, Uma Ave-Maria e que você possa abrir a Bíblia a esmo logo após a Ave-Maria ou assim que chegares em casa e ousa ver o que Jesus tem a te falar. Experimenta ;)

Experimenta também por hoje viver um dia de "não empurrar" o Amor com a barriga... amanhã é amanhã! Que amanhã possamos fazer isso também, assim faremos 1 dia, 1 semana, 15 dias, 1 mês, 1 ano, 5, 10 anos, nossa vida toda :)

Fácil????? Não! ;) mas quem não começar, sempre se perguntará "como seria se um dia tivesse sido/feito aquilo?" Não seja esse(a)! Permita-se deixar ser amparado, cuidado, ser carregado no colo por esse Amor tão perfeito que mesmo nas quedas está a nos erguer, curar e amar... Pára um poquinho que seja de empurrar algumas coisas com a barriga, pára com essa dieta... de Deus que insiste em começa "amanhã". Começe hoje!

Ainda é tempo de recomeçar !!! ;)

Senhor, obrigado pelo Teu infinito Amor, pela Tua infinita misericórdia que estão sempre a nos esperar. Nos concede os dons da Sabedoria e Fortaleza, para que possamos ter discernimento nas nossas escolhas e para que possamos enfrentar as situações, as renúncias e decisões que tenhamos que tomar em nossas vidas.

Que possamos nos decidir por Ti, hoje! A cada dia, até a melhor parte que nos espera ao teu lado.

Que Deus nos abençoe!

Com Amor,

Tiago Vidal
Missionário da Terra da Misericórdia (Arcoverde-PE)

http://minhacaminhadacatolica.blogspot.com/
tiagocv@gmail.com
Tiago Carvalho Vidal
tiagocv@gmail.com
16/09/2010 - Recife⁄PE

A grandeza da paciência

O que não podemos mudar, devemos aceitar
Os santos diziam que há dois tipos de martírio: o da morte pela espada; e o da morte pela paciência. A paciência é uma forma de martírio que vence todo sofrimento. Não há barreira espiritual que não caia pela força da paciência, a qual é fruto da fé, da humildade e do abandono da vida em Deus.

Foi pela paciência que a Igreja venceu todos os seus inimigos até hoje: o Império Romano, as heresias, as perseguições, o comunismo, o ateísmo, os pecados de seus filhos, entre outros.

Quando os nossos pecados e fraquezas nos assustam e nos desanimam é preciso ter paciência também conosco e aceitar a nossa dura realidade. Quando é difícil caminhar depressa, então, é preciso ter paciência e aceitar caminhar devagar. José e Maria salvaram o Menino Jesus das mãos de Herodes indo passo a passo até o Egito por um longo deserto de 500 km.

A paciência do cristão não é vazia nem significa imobilismo ou resignação mórbida; tampouco perda de tempo. Não. É a certeza de que tudo está nas mãos d’Aquele que tudo pode. "Um espírito paciente vale mais que um espírito orgulhoso. Não cedas prontamente ao espírito de irritação; é no coração dos insensatos que reside a irritação" (Ecle 7,8b-9).

O que não pudermos mudar em nós ou nos outros, deveremos aceitar com paciência, até que Deus disponha as coisas de outro modo. Ninguém perde por esperar!

Maria, nossa Mãe, é a mulher da paciência. Sempre soube esperar o desígnio de Deus se cumprir, sem se afobar, sem gritar, sem reclamar... A paciência é amiga do silêncio e da fé. É a paciência que nos levará para o céu!

"Meu filho, se entrares para o serviço de Deus (...) prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência (...) não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência" (Eclo 2,1-3).

"Aceita tudo o que te acontecer; na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação" (idem 4-6).

Muitas vezes, a vontade de Deus permite que as cruzes nos atinjam; curvemos a cabeça com humildade e paciência. Muitos estão prontos para fazer a vontade de Deus no "Tabor da transfiguração", mas poucos no "Calvário da crucificação". Sejamos como Nossa Senhora, que disse o "sim" no momento da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas o manteve na Apresentação d'Ele, na fuga para o Egito, no Pretório, na perseguição ao Senhor, no caminho do Calvário e também aos pés da sua cruz.

Beijar, agradecidos, esta mão invisível que, muitas vezes, permite que sejamos feridos, agrada a Deus e nos atrai as bênçãos do Céu.

Para meditar: Ensinamentos dos Santos Doutores:

Santo Afonso: “Neste vale de lágrimas não pode ter a paz interior senão quem recebe e abraça com amor os sofrimentos, tendo em vista agradar a Deus”. Segundo ele “essa é a condição a que estamos reduzidos em conseqüência da corrupção do pecado”.

São João Crisóstomo: “É melhor sofrer do que fazer milagres, já que aquele que faz milagres se torna devedor de Deus, mas no sofrimento Deus se torna devedor do homem”.

Santo Agostinho: “Quando se ama não se sofre, e se sofre, ama-se o sofrimento”.
“O martírio não depende da pena, mas da causa ou fim pelo qual se morre. Podemos ter a glória do martírio, sem derramar o nosso sangue, com a simples aceitação heróica da vontade de Deus”.

São Francisco de Sales: “As cruzes que encontramos pelas ruas são excelentes, e que mais o são ainda – e tanto mais quanto mais importunas – as que se nos deparam em casa”.

Santa Teresa D’Ávila ensina: “Nada te perturbe; nada te espante. Tudo passa. Só Deus não muda; a paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta: Só Deus Basta!”.


Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor FelipeSite do autor: www.cleofas.com.br
29/09/2010 - 08h30

O amor se mede pelos resultados?

O amor é uma verdade que realiza o homem
Vivemos em um tempo em que a sociedade é extremamente utilitarista, e em virtude disso, somos constantemente tentados a acreditar que bom e digno de ser amado é somente aquele que corresponde, com resultados, àquilo que desejamos.

O amor é uma doação, é um gastar-se gratuitamente pelo bem do outro, e, a partir do momento em que se ama esperando algum resultado ou retorno, o princípio do amor é traído e este se torna inautêntico.

Amar é acreditar em alguém mesmo quando este não corresponde. É enxergar o que há de bom naquele que está imerso no mal. É ir além. Enfim, amar é seguir o exemplo da cruz. Jesus, mesmo ao ser crucificado, amou, perdoou e se entregou por amor aos homens. Porém, a doação da cruz não foi uma troca; Cristo não morreu por nós impondo como condição para isso nosso seguimento à vontade d’Ele; ao contrário, Ele primeiro se doou, e depois, propôs: “Vem, e segue-me”.

É proposta e não imposição. É um convite impresso na liberdade humana, e não uma exigência de retorno e resultados. O verdadeiro amor é entrega que não impõe condições, e, muitas vezes, é sacrifício.

Tal ideal não é fácil de ser vivenciado. Principalmente, em um mundo que nos leva a crer que somente aquilo que nos dá prazer e satisfação precisa ser buscado e desejado. Somente o que satisfaça às nossas vontades e nos traga algum conforto. O que é uma imensa inverdade.

Amar da maneira de Jesus é heroísmo, e acima de tudo, é uma decisão. Porém, não existe outra maneira: para amar de verdade é preciso olhar para a cruz.

Há muitos que dizem que amam alguém por este lhe fazer bem ou por lhe proporcionar algum prazer, mas, se essa interação for sustentada somente por isso, tais pessoas correm o risco de “se amarem” no outro, em vez de amá-lo sinceramente.

Mesmo diante de todas as dificuldades que comporta o amar, não existe outra força maior e com mais capacidade para transformar o ser humano que o amor.

O que atraiu e continua atraindo milhares de pessoas a Jesus é sua livre e total doação, que se resume no mais puro e concreto amor. É este sentimento que dá força e sentido para que o homem enfrente as lutas e dores próprias de sua condição.

O amor é uma verdade constante que potencializa e realiza o homem. Por este, vale a pena lutar, esperar e suportar as consequências dele, pois, “é perdendo que se ganha”, “é dando que se recebe”, “é morrendo que se vive…”, e quem ama sempre vence!


Adriano Zandoná
verso.zandona@gmail.com
Adriano Zandoná Seminarista e Missionário da Comunidade Canção Nova. Reside na Missão de Cachoeira Paulista. É formado em Filosofia e em Teologia, e está preparando-se para a Ordenação Diaconal. Atualmente trabalha na Rádio Canção Nova, onde apresenta o programa “Viver Bem”. Acesse: blog.cancaonova.com/adrianozandona e acompanhe outros artigos do autor.
30/07/2010 - 08h10

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Olhar a pessoa com o coração

Somente um coração curado poderá ter um olhar generoso


Olhar a outra pessoa com o coração. Esta frase parece estranha, pois nós olhamos com os olhos e não com o coração. Mas estou utilizando esta expressão um tanto poética para dizer que o nosso olhar deve ter sempre uma fonte de julgamento: o coração. Isto porque sempre que olhamos para alguém acontece naturalmente um julgamento, uma análise. Vemos o seu exterior, a situação que se nos apresenta. Quantas vezes olhamos para uma pessoa e a realidade dela naquele momento é reprovável ou triste. Outras vezes olhamos a atitude errada de alguém e logo o julgamos e o condenamos somente com o olhar. Noutro momento a situação é bela e grandiosa: alguém fazendo o bem, outra sendo generoso e o aprovamos de imediato.

A reflexão que estou partilhando com você é esta: o julgamento que exprimo com meu olhar reflete a realidade interior que estou vivendo. A Bíblia diz que o olho é o espelho da alma. Por isso, muitas vezes, quando não estamos bem, quando nosso interior está machucado pelas agressões que a vida nos proporciona, quando perdemos o sentido para fazer algumas coisas, ou estamos precisando ser amados, normalmente vemos e julgamos de forma negativa as situações e as pessoas.

Para olharmos o mundo com o coração, isto é, transformarmos este olhar em um olhar positivo, é preciso curar o próprio coração. Muitos dão nome a isso de cura interior. Todos precisamos de cura interior. E este é um processo que começa quando temos a coragem de apresentar a Deus as nossas feridas, fraquezas, pecados e imperfeições, também os sofrimentos que a vida nos proporcionou, as pessoas que nos feriram, e pedir que a força redentora da cruz de Cristo atinja tudo isso e restaure, com o Seu supremo Amor, os sentimentos do nosso coração. O passo seguinte é projetar em Jesus uma vida nova, uma nova chance de recomeço, deixando para o passado as situações dolorosas, depositando nos sofrimentos de Cristo, na cruz, os nossos sofrimentos e pecados, rancores e ressentimentos, mágoas e decepções.

Somente um coração curado poderá fazer com que você e eu possamos ver o mundo e as pessoas com um olhar generoso, capaz de obscurecer os erros e elevar as suas qualidades. Eu quero chamar isto de: olhar a pessoa com o coração. Mas com um coração renovado e curado.

Quem sabe você também não esteja precisando ter este olhar. Então a dica que eu deixo para você é: procure curar o seu coração, reze nesse sentido e peça a Jesus a sua cura interior, deixando toda a mágoa provocada pelas situações passadas depositadas no coração d'Ele e se abra para uma vida nova. Com certeza, o seu relacionamento com as pessoas com quem convive, seja esposa, seja esposo, namorado, filho, filha, irmãos será iluminado por uma nova luz, a luz do amor.

Deus o abençoe!

Diácono Paulo Lourenço
http://blog.cancaonova.com/diaconopaulo/
24/09/2010 - 08h40

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Rezar, orar para viver

Não devemos rezar só para nós mesmos


Rezar não é só falar com Deus. É viver com Ele, por Ele e pelos irmãos. "Rezar é viver uma presença de amor em sua vida e fazer tudo por Deus", explica frei Patrício Sciadini em seu livro "Rezar é". Orar continuamente, sem cessar, foi ordem de Jesus aos Seus discípulos. Rezar é orar e trabalhar para o Reino de Deus, para acudir os pobres, os doentes, trabalhar pela justiça, exercer uma profissão e fazê-lo a serviço do próximo. Trabalhar assim é colocar a oração dentro da vida e fazer a vida uma oração.

O contato com Deus nos desintoxica da maldade e coloca a oração sempre dentro da vida. Nas palavras de frei Patrício: "Rezar é viver, é amar e deixar-se amar, é evangelizar, abandonar-se em Deus, cantar salmos, olhar os lírios do campo, ouvir os pássaros, desabafar o coração, dizer 'sim' e nunca dizer 'não' a Deus".

Na vida cristã, o nosso momento de estar a sós com Deus é na oração pessoal, assim como Jesus também o tinha. Mas a oração cristã não é um ato realizado apenas em benefício próprio, e sim, em benefício dos outros; não rezamos só para nós mesmos. Jesus, Maria e os grandes santos da Igreja sempre colocaram em suas orações a preocupação com os homens, pois, para o cristão, orar não é apenas contemplar a Deus, mas também orar pelo próximo, o que gera atitudes concretas de amor.

A oração é o que nos mantém vivos. Assim como a planta não cresce e não dá frutos se estiver exposta ao sol, também o coração humano não desabrocha para a vida se não tiver Deus. Quem não reza corre o risco de morrer internamente. Mais cedo ou mais tarde sentirá a falta de algo, como se fosse o ar para respirar, o calor para viver, a luz para ver, o alimento para crescer e sustentar-se. É como se lhe faltasse um objetivo para dar sentido à vida.

Santo Afonso de Liguori, fundador dos Redentoristas, dizia que "quem reza se salva e quem não reza se condena".

O corpo não vive sem alimento. A alma também não. Mas, na prática, notamos que a maioria dos cristãos parece não conhecer esta verdade. Quem mantém o controle de sua vida sabe como a oração lhe faz falta... bastam alguns dias sem oração para as tentações aumentarem e sair do caminho.

Para rezar, procure estar em silêncio dentro de si e ao seu redor. Não é sempre fácil criar esse ambiente [o silêncio], mas é no silêncio que Deus se manifesta e podemos ouvi-Lo.

Quanto mais rezamos, tanto mais temos vontade de rezar e de ajudar aqueles que sofrem. Ao contrário, quando rezamos pouco, menos queremos rezar.

Quem reza sente os frutos do Espírito que fazem a vida mais bela e mais harmoniosa.

(Artigo extraído do livro "Cristãos de atitude" – O caminho espiritual proposto por Dom Bosco, Editora Canção Nova).

Padre Mário Bonatti
27/09/2010 - 08h11

O sofrimento reparador

Façamos de nossas dores um trampolim

As mensagens de Nosso Senhor Jesus Cristo são tão ricas que dão margem a várias reflexões, com as quais podemos mudar e melhorar a nossa vida. Muitas vezes, nós nos lastimamos pelos nossos sofrimentos, quando deveríamos enfrentá-los, com coragem e paciência, na esperança de dias melhores. O pobre da parábola contada no Evangelho de São Lucas 16, 91-31 sofria, mas se contentava com as migalhas que caíam da mesa do rico. No entanto, ao morrer, “foi levado pelos anjos ao seio de Abraão”.

O seu mérito não foi ser pobre, mas enfrentar sua vida de sofrimentos com galhardia e paciência, sem revolta.

Ninguém gosta de sofrimento, mas ele acontece para todos. Jesus Cristo suou sangue ao pensar no sofrimento que O esperava, mas o enfrentou com coragem, paciência e amor. A Ressurreição do Senhor é uma prova de que o sofrimento, aqui na terra, é efêmero e o que importa é a abertura de nosso coração para Deus e Seus desígnios e para o nosso irmão, a fim de que possamos dar-lhe a mão e, juntos, vencer as dores, os sofrimentos e os obstáculos que surgem em nossa vida e na vida do outro.

A dor lava a nossa alma do pecado, assim como a pedra preciosa cintila cada vez mais bela quando é burilada e fica livre das impurezas. Conhecemos vários exemplos, na vida dos santos de Deus e até no nosso cotidiano, de que o sofrimento nos enobrece, nos torna mais fortes, firmes e seguros “como o cedro do Líbano”.

O Cristo afirma que fazer de nossas dificuldades um muro de lamentações não melhora a situação nem nos mostra caminhos melhores. Devemos enfrentar nossas dores como se elas fossem um trampolim para um amor maior; abraçar a nossa cruz com carinho e energia pode nos levar a dias de felicidade e à esperança de nossa ressurreição com Cristo Jesus.

Padre Wagner Augusto Portugal
Diocese da Campanha, vigário judicial

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dominar-se para, de fato, amar

Amar é construir o outro,
fazendo-o feliz e
ajudando-o a crescer


O relacionamento de duas pessoas, sejam amigos, namorados ou casados, tem a sua base no amor mútuo, que une os dois e os faz crescer. Sem isso, qualquer relacionamento cai no vazio. Amar é construir o outro, fazê-lo feliz e fazê-lo crescer como pessoa. Mas, para isso acontecer, é preciso possuir-se; ser senhor de si mesmo; porque para amar alguém é preciso saber renunciar-se. E só pode renunciar-se a si mesmo quem aprendeu a se dominar.

As pessoas transformam o amor em egoísmo, porque não têm o domínio de si mesmas, por isso não conseguem amar verdadeiramente.

A grande crise do homem moderno é que ele dominou o macrocosmo das estrelas e o microcosmo das bactérias e dos átomos, mas perdeu o domínio de si mesmo; por isso não consegue amar realmente; continua muito egoísta.

Para que você possa amar de verdade, como Deus quer, é preciso que você caminhe "de pé", isto é, respeitando a primazia dos valores: em cima, o espírito; abaixo o racional e mais abaixo o físico. Assim você terá o controle e o comando dos seus atos e de sua vida. Se o seu corpo dominar o seu espírito, então você caminhará de cabeça para baixo.

Se você não se dominar diante da força dos instintos e das paixões, então, você se arrastará e não será capaz de amar.

Você também pode deixar de caminhar de pé se a sensibilidade comandar os seus atos, e não o espírito e a razão. É claro que a sensibilidade é importantíssima; ela nos diferencia dos animais, mas não pode ser a imperatriz dos nossos atos. Não podemos ser conduzidos apenas pelo "sentir".

Se for assim, você pode achar que uma pessoa está certa apenas porque lhe é simpática, ou muito amiga e não porque, de fato, ela tem razão.

A sensibilidade está comandando a sua vida quando você troca o sonho pela realidade, quando não se aceita a si mesmo como você é; entre outros. Para caminhar de pé é precioso que o seu espírito, fortalecido pelo Espírito Santo, comande a sensibilidade e o corpo.

A sensibilidade é bela, é ela que o faz chorar diante da dor e do sofrimento do outro, mas ela precisa ser controlada pelo espírito.

Um cavalo fogoso pode levá-lo muito longe se você tiver firme as suas rédeas; mas pode jogá-lo ao chão se não for dominado.

Por essa razão, para amar é preciso possuir-se e, para isso ocorrer, é preciso exercitar o amor. Jesus foi o que amou da melhor forma, porque tinha o domínio perfeito de si mesmo. Nunca o egoísmo falou mais alto do que o amor dentro d'Ele. Assim também foram os santos. Mas tem uma coisa que você precisa saber: Só por nossas próprias forças não poderemos caminhar de pé. Cristo nos avisou que "o espírito é forte, mas a carne é fraca". Portanto, você precisa da força de Deus para suportar a sua natureza enfraquecida pelo pecado original.

A pessoa que caminha de pé sabe pensar independentemente da opinião pública e da propaganda, sabe ser calma, tranquila e paciente, não se agita nem se desespera; não grita nem bate, vive com simplicidade e tem o pé no chão. Assim como, não despreza ninguém, sabe valorizar a todos, não é vaidosa e arrogante e não precisa de aplausos para ser feliz. E está sempre pronta para aprender e para ensinar, sabe aceitar a opinião dos outros quando esta é melhor que a sua, cultiva a verdade, tem mente de homem e coração de menino, conhece-se a si mesma como é e ama a Deus. Enfim, a pessoa de pé é a pessoa madura que aprendeu a se dominar para poder, de fato, amar.


Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor FelipeSite do autor: www.cleofas.com.br
30/08/2010 - 08h00

Outonos e primaveras...

A primavera só pode ser
o que é porque o outono
a embalou nos braços


Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.

A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.

A primavera só pode ser o que é porque o outono a embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assobios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas que, mais tarde, serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.

São as estações do tempo. São as estações da vida.

Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos fazem abraçar o silêncio das sombras...

Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...

Floresçamos.

Humildade não significa ser menor

Vivemos numa sociedade que tem grande necessidade de escutar de novo a mensagem evangélica a respeito da humildade. A corrida para ocupar os primeiros lugares, quem sabe esmagando a cabeça dos outros, a competição desenfreada, o arrivismo e outras expressões de desequilíbrio, todas originadas no orgulho, são atitudes, por um lado, desprezadas e por outro, infelizmente, seguidas. O Evangelho tem força social quando fala de humildade e modéstia: “Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e voltou ao seu lugar. Disse aos discípulos: “Entendeis o que eu vos fiz? Vós me chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque sou. Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros” (Jo 13, 12-14). Tal espírito de serviço é destinado a fermentar as relações sociais com sadio realismo e coragem para estabelecer novos parâmetros no relacionamento humano.

Em tempo de intensa competição por cargos políticos, pode parecer estranho falar de humildade, pois a ordem do dia é mostrar as próprias qualidades em detrimento do comportamento “do outro lado”. Ao cristão cabe a coragem de nadar contra a correnteza, propondo e experimentando em si um comportamento diverso. A palavra "humildade" tem parentesco com "homem" e as duas derivam de "húmus", que significa "solo", "fecundidade". Humilde é aquele que está embaixo, perto do solo e, justamente por isso, se arrisca menos a perder o equilíbrio. Tem os pés firmes na terra! É, pois, “humano” ser humilde! A pessoa humilde não pretende ser maior nem menor do que realmente o é. A fecundidade de sua existência depende de se oferecer, em espírito de serviço, para realizar o que é capaz na direção do bem dos outros. A modéstia faz mais belos os dons que foram concedidos a cada um. Mas humildade e modéstia só combinam com o amor de caridade! Quem escolheu viver para amar na medida do amor de Deus aceita ser apoio para os outros com humildade, sem humilhação.

Para um pai ou uma mãe de família, humildade pode ser debruçar-se para escutar histórias de um filho, ir ao encontro do outro que faz mil perguntas desconcertantes, ou fecundar com um sorriso o final de um dia. No trabalho, esta virtude pode significar iniciativa e criatividade. Uma pessoa descobrirá na capacidade de escuta seu caminho de humildade. Outra, no campo desafiador da política, poderá diminuir a arrogância de muitos dos discursos e tornar-se mais realista e mais simples, abrindo-se para a colaboração dos outros, propondo com realismo os passos em vista de uma mudança social mais consistente.

Jesus foi ao encontro de todos. Nós O vemos conversando com jovens e velhos, publicanos e prostitutas, justos e pecadores ou convidado a tomar refeição em casa de um fariseu (Cf. Lc 14,1-14). Já nas bem-aventuranças começavam os convites aos pobres, aflitos, mansos de coração, famintos, perseguidos! Ao contar os detalhes daquela refeição, o Evangelista São Lucas abre o horizonte da compreensão do grande banquete escatológico a que Deus convida todos os homens e mulheres.

É ocasião para duas pequenas parábolas. Aos convidados, Jesus parece ensinar normas de etiqueta social, mas na realidade desnuda as intenções com as quais ali se encontravam, propondo-lhes a entrada da festa do Reino de Deus pela estrada do serviço, já que muitos queriam entrar com os privilégios de eventuais indicações privilegiadas. Ao dono da festa, Cristo esclarece que um gesto aparentemente magnânimo pode esconder interesses! Dá muito trabalho – a prática da virtude! – entender que será feliz quem fizer as coisas por absoluta gratuidade: “Serás feliz, porque eles não te podem retribuir” (Lc 14, 14).

Se existe entre nós muita competição e egoísmo, por outro lado, são muitos os testemunhos de pessoas gratuitas em seu relacionamento, gente alegre e feliz que dá tudo de si para o bem dos outros. Olhando ao nosso redor, veremos florescer esta magnífica espécie! São flores da virtude da humildade, daquela humildade das flores, que tiram da terra apenas e só aquilo que precisam para serem vivas e bonitas, como Deus nos quer!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
20/09/2010 - 09h11

Como lidar com a mudança?

A vida muda com o tempo


A vida pode ser comparada a um rio, tem um destino e, portanto, não pode parar. Entre um obstáculo e outro, segue seu curso até chegar ao oceano. Imaginemos que o rio passa por muitas paisagens e lugares diferentes, alguns mais encantadores, outros menos, no entanto, ele não para, continua sua jornada e não só... Por onde ele passa, vai partilhando riquezas e dividindo suas águas. Podemos ver lindos jardins e verdejantes plantações às margens de um rio. Desde criança os rios me chamavam a atenção. São livres, fortes, destinados, ninguém os pode segurar diante de suas metas, quando tentam impedi-los de seguir e constroem barragens, mesmo assim, eles enchem o espaço e logo começam a transbordar. Quem dera eu fosse como um rio buscando meu destino, que é o Céu.

Bom, foi por admirá-los [rios] que encontrei inspiração para responder a um jovem que me pediu ajuda outro dia. Disse-me que andava infeliz porque não conseguia servir ao Senhor e me explicou o porquê disso. Partilhou que sempre foi ativo nas atividades de sua paróquia e tocar no ministério de música era sua maior alegria. Porém, com o tempo, precisou mudar de cidade, casou, vieram os filhos e hoje se sente inútil na obra de Deus, triste e sem fé, porque não consegue servir a Igreja.

Eu lhe disse que a vida muda com o tempo e é preciso ter coragem para encarar as mudanças com maturidade, sem ficar preso ao que passou. Falei sobre esta “filosofia do rio” e convidei-o para contemplar uma nova paisagem à sua margem. O rio não para onde lhe é mais cômodo, entre um desafio e outro, segue seu destino, por isso tem a oportunidade de estar sempre crescendo enquanto persegue a meta. Talvez você hoje esteja passando por situação semelhante e é pensando em casos assim que partilho o que penso.

Acontece que, muitas vezes, nossa vida muda e nosso coração não acompanha a mudança. É preciso rever a estrada e perceber por onde ele ficou, talvez tenha se perdido ou esteja lá atrás, preso a algum sentimento; e precise de ajuda para acompanhar a razão. É importante perceber que a vida nos oferece oportunidades de crescer com as mudanças, mas não basta mudar de lugar, é preciso ter a disposição de acompanhar a mudança com a essência do que somos por inteiro. Gosto da comparação feita pelo diácono Nelsinho Corrêa para falar sobre mudanças na Canção Nova, que aliás são constantes. Ele explica que vivemos o mesmo processo de uma plantinha que é trocada de terreno. Com ocorre com elas, diante da mudança, até "murchamos" um pouco e sofremos as consequências do novo "solo", mas precisamos lançar as raízes na terra nova e reagir para não morrer.

Talvez, na sua vida, seja hora de lançar raízes onde Deus lhe permite estar. Penso que não existe melhor lugar para servir ao Senhor do que onde estamos. Por mais que tenhamos a reta intenção de fazer grandes coisas em outro lugar, é em nosso próximo que o Senhor espera ser servido. E quem é o próximo, senão aqueles que convivem conosco, em casa, no trabalho, na escola...?

Sentir saudade dos que amamos e dos momentos felizes que marcaram nossa história é uma coisa, deixar-se paralisar pelo saudosismo e não se abrir às novidades do presente é outra. E agir assim é o mesmo que dizer: "Eu não quero colaborar com minha própria felicidade".

Como cristãos precisamos ter claro em nossa mente que só existe um Senhor e nós somos servos d'Ele. Se Deus, o Senhor, conta conosco no exercício de um ministério ou deixa de contar, é necessário ter humildade e reconhecer que valemos muito mais do que aquilo que fazemos. São Francisco de Assis afirmava, com razão, que somos o que somos diante de Deus e mais nada. Acolher isso é grande sabedoria e sinal de maturidade.

O desejo desenfreado de fazer muitas coisas, mesmo que seja na obra de Deus, pode estar escondendo o grito de um coração ferido que quer ser reconhecido e amado. Mas já está provado que não existe trabalho, nem lugar neste mundo, que possa preencher o vazio de uma alma. Só Deus pode nos curar e saciar plenamente e as mudanças que Ele nos permite viver, muitas vezes, são as oportunidades de restauração que Ele nos oferece.

Portanto, se hoje você sofre as consequências de alguma mudança, não pare na dor, reaja, lance raízes neste novo "solo" e procure frutificar aí mesmo. O rio não para onde lhe parece mais florido. Ele passa e segue buscando seu destino. Façamos o mesmo!

Na prática, hoje, procure fazer algo concreto para levar o amor de Deus às pessoas, mesmo que sejam atitudes bem simples, mas comece já. Acredito que aí está a cura para muitos males deste mundo. Mãos à obra! Talvez nem necessitemos ir longe, existe muita gente que precisa de nós até dentro de nossas próprias casas. Amar e servir dizem da vocação cristã. Cristo passou por este mundo nos ensinando com a vida essa lição. Se você aceita um conselho: não pare na dor das perdas ou na saudade, experimente amar sem esperar recompensas. Você ficará surpreso com o resultado. Estou rezando e torcendo por você!

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com
Dijanira Silva Missionária da Comunidade Canção Nova, em Fátima, Portugal. Trabalha na Rádio CN FM 103.7
24/08/2010 - 09h17

Nunca é tarde para recomeçar!

O dinamismo da mudança e de ser melhor a cada dia nunca é tardio, pois faz das quedas um motivo de crescimento, de vida nova e de aprendizado.

E você? Faz das situações de dificuldade um motivo de crescimento?

“Todas as pessoas, em todos os âmbitos da Igreja neste tempo, que aproveitam essas situações de crise, de conflito, com humildade, irão justamente amadurecer e crescer”, afirma Frei Raniero.

Portanto, se você aproveita o seu erro como aprendizado para crescer e amadurecer, você não recomeça do nada, pois sabe que tem uma história que o faz melhor, que o lança para o novo, para o futuro. Por isso, há o ânimo de trazer no coração esta motivação.

A maioria das pessoas não sabe lidar com seus erros, pois o ser humano é colocado em uma ênfase: “A pessoa melhor é aquela que não erra, que é perfeita, autossuficiente, que pode e consegue tudo”. No entanto, a melhor pessoa é aquela que contempla a sua verdade no tocante às suas qualidades e a seus defeitos.

Por isso, recomece, mas não do início. Aprenda com os seus erros e seja um novo homem, uma nova mulher. Deus nos dá essa graça, mas é preciso olhar para nós mesmos com amor, como o Senhor nos olha. Peça que Deus converta o seu olhar de um olhar negativo, pessimista, para um olhar que vê o todo e que contempla em primeiro lugar a graça d'Ele. E que o Senhor fortaleça o seu coração!

“Sede santo, como vosso Pai celeste é santo. Sede santo porque Eu sou santo”. É preciso recomeçar sempre, saber que eu quero iniciar o dia de amanhã melhor do que hoje e aprender com os erros de hoje para não errar amanhã. E contemplar as coisas que não fiz de bom hoje para fazê-las amanhã.

Não só erramos quando fazemos o mal, mas também ao deixarmos de fazer o bem quando poderíamos [fazê-lo].

Que Deus nos ajude a crescer e amadurecer com humildade diante das crises e dos conflitos.

Uma pessoa que não é otimista e motivada, ao olhar uma montanha de pedras, vê uma impossibilidade: "Eu não posso superar aquela barreira, aquela situação". Já a pessoa diante de Deus, ao olhar a mesma montanha, diz: "Eu posso construir uma escada e superar essa montanha, essa situação".

Que Deus possa motivar o seu coração a fazer esta experiência cada vez mais.

Padre Eliano Luiz Gonçalves, SJS